domingo, 28 de novembro de 2010

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

sábado, 23 de outubro de 2010

PAISAGEM URBANA

REFORMA SOBRE REFORMA? O DILEMA DA VELHA IGREJA DO ROSÁRIO



Inicio das obras de restauração da Igreja do Rosário de Luziânia Go. Foto: José Álfio, 2010



Uma barreira de tapumes foi erguida na frente da Igreja do Rosário de Luziânia, marcando o início das obras de restauração do velho templo construído no ano de 1763, por 400 pessoas da raça negra, livres e escravos, sob a presidência do Revm. Dr. Jerônimo M. de Carvalho, chefiados pelo mestre de campo, Manoel de Bastos Nerva, sendo o arquiteto da igreja o Sr. Ignácio da Costa Xavier. Uma importante intervenção arquitetônica, nesta edificação, de que se tem notícia foi realizada no ano de 1934 pelo Frei dominicano Grabriel Maria de Menezes, que possibilitou a diminuição do corpo da igreja, principalmente nos fundos, na sacristia e nas torres, bem como da retirada de dois altares laterais da velha Igreja e que foram transportados para a Igreja Matriz da mesma cidade, segundo informação histórica do arquivo de Gelmires Reis. Desta forma e por medida de segurança, as imagens sacras de Santo Antônio, São Miguel Arcanjo e Nossa Senhora do Rosário, foram para matriz. A velha Igreja foi tombada pelo Patrimônio Histórico Estadual (Lei estadual nº 8.915 de 30 de outubro de 1980), e já passou por outras reformas e percalços, até mesmo uma tentativa de incêndio. Assim merece o respeito e atenção da comunidade de Luziânia, sobre sua importância na história e na paisagem da cidade. Membros da ONG proteger, entidade recém criada para tentar cuidar do acervo histórico da cidade, esteve no local das obras no dia 06 de outubro, para tirar fotos e entrevistar os artistas e técnicos empenhados no serviço de restauração da velha Igreja. A ONG manteve contatos com a coordenação dos serviços, e sem êxito, formalizou pedido oficial a área técnica do Iphan-Go, solicitando autorização para acompanhamento da obra e que o acompanhamento se restringia a fotos e entrevistas. O setor técnico informou que: “estamos elaborando estratégias junto ao técnico fiscal da obra e à empresa contratada para definição de como viabilizar este acompanhamento sem prejuízo da mesma. Tão logo tenhamos um cronograma formalizado, entraremos em contato”. Assim, o citado cronograma implica em etapas que já foram concluídas as quais não tivemos acesso para geração dos registros. Até o presente momento, vivemos uma expectativa, impedidos de adentrar no espaço da obra, da nossa velha igreja, atados a uma rede hierárquica e burocrática de complicado sistema de autorização, isto, já transcorridos mais de trinta dias do inicio das obras. Frente a esta expectativa coloco uma reflexão sobre a publicidade dos serviços, a transparência, e o direito a informação que qualquer cidadão pode almejar. Além disto, a destinação que se colocam sobre o bem de valor histórico na atualidade, onde ao invés de possibilitar a salvaguarda dos registros históricos e a sua disponibilização e acesso a todos, como fator de conhecimento e valorização da cultura, o que se vê é uma declarada especulação sobre os dados e vestígios históricos. O interesse maior em acompanhar as obras da velha igreja se restringe exclusivamente a fotos e entrevistas, como foi explicitado no pedido enviado ao Iphan-Go. Não queremos proceder auditorias, nem fiscalizar obras, de avultados recursos, para uma arquitetura feita de madeira (aroeira) e barro, com todo respeito a grandiosidade da arte, pinturas, entalhes, imagens sacras, que ornamentaram o centenário templo católico. O interesse maior é no registro histórico e artístico, que interessa a história da arte, e a história da cidade. Sem questionar a habilidades dos artistas, ou melhor, “técnicos” que estão ali trabalhando na grande obra da arquitetura do período barroco da cidade, sob o auspicio do conceituado instituto de preservação dos bens históricos de Goiás, o registro deste impasse sucinta uma pergunta? Será que vamos ter o privilégio de ver a pintura original restaurada, principalmente do altar principal e a imagem de Nossa Senhora do Rosário, esculpida por Veiga Vale, expressão maior do barroco em Goiás, de volta ao altar-mor da nossa centenária Igreja, sob o repicar dos sinos de uma de suas torres laterais? Se for reforma sobre reforma, o que resta pra ser restaurado? (por José Alfio)

ARQUIVO HISTÓRICO



Imagem de Nossa Senhora do Rosário, provavelmente de autoria do escultor Veiga Vale. Acervo da Matriz de Luziânia. Foto José Álfio.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

LUZIÂNIA: UM PATRIMÔNIO INVISÍVEL

(DETALHE DO PAINEL TRÊS BICAS. Foto: José Alfio. 2009)

A história de Luziânia remonta a um passado colonial, uma sociedade em que após o declínio da mineração adquiriu uma característica pueril em que as pessoas construíram inconscientemente os elementos de uma tradição cultural, costumes que foram se firmando objetivamente nas práticas cotidianas. De acordo com esta mesma diretriz comportamental foram se constituindo suas estruturas políticas, uma prática que se identificou, em grande medida, pelo personalismo familiar, à guisa do modelo de Sérgio Buarque de Holanda quando explica as estruturas patrimonialistas do sistema colonial português na América.
Entretanto, os registros que documentam este passado de Luziânia não estão sendo devidamente preservados, muitos deles já se perderam. Existe uma lacuna no registro histórico, pois tais resquícios representam a memória e o patrimônio cultural de Luziânia, não apenas os seus casarões, quase extintos, suas ruas estreitas, ou alguns móveis antigos em uma e outra propriedade particular, mas as próprias lembranças devem ser registradas. São poucos os lugares em que se preocupa efetivamente com a preservação deste patrimônio, os poucos que a fazem, a casa da Cultura, a Academia de Letras e algumas peças das igrejas, não possuem a capacidade de sozinhas suportarem o peso de resguardarem em si todo o registro da tradição. Há uma necessidade de preservação deste patrimônio, e preciso fazer com que as pessoas gostem de olhar para as coisas e enxergar nelas, nas permanências do passado, um fundamento e um sentido para aquilo que hoje se edifica para o futuro.
É fato que a modernidade urbana que se impõe às antigas estruturas materiais e imateriais em Luziânia traz o significado de progresso econômico, e esta finalidade é de extrema importância para que existam melhores condições humanas de vivência, entretanto é preciso que haja um elo entre o desenvolvimento econômico-social e aquilo que evidencia a origem do povo de Luziânia, até mesmo porque este desenvolvimento só se constituirá se houver um desejo social pelo desenvolvimento, e este desejo se constrói a partir do afeto que o indivíduo sente por sua casa, sua cidade, nesse sentido, a perda da tradição e da memória impõe ao município de Luziânia um obstáculo ao desenvolvimento. Pois para que se desenvolva, as pessoas devem desejar o bem para aquilo que representa a sua origem pessoal.
Resta afirmar então que tradição importa-se para Luziânia na medida em que representa a afirmação da identidade das pessoas com o lugar que elas moram, e esta identificação deve ocorrer pela preservação histórica pois, esta ação de cuidar para que a história seja registrada se caracteriza como uma ação eficaz para a continuidade do que se compreende como fundamentos das estruturas de identidade.
A história se caracteriza pela ação humana e seus reflexos deixados no ambiente material e mental de toda a sociedade, mas o acontecimento histórico está sempre em desgaste pela simples passagem do tempo, e para que a história, memória e todo o patrimônio cultural seja preservado, os centros de documentação se constituem nas ações concretas que se pode fazer para que a identidade e a garantia do progresso econômico, social e político seja um certeza perene.

Claudio Hugo Melo Conelheiro
Membro da ONG Porteger

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

BUSTO DE GELMIRES REIS


Acadêmico de Luziânia Antônio João dos Reis, cadeira nº 25 (Foto: José Álfio)


ACADÊMICO DE LUZIÂNIA PROTESTA CONTRA PICHAÇÃO DO BUSTO E PEDE PROVIDÊNCIAS.



Em reunião realizada no dia 12 de dezembro de 2010, o acadêmico Antônio João dos Reis, ocupante da cadeira nº 25, apresentou um protesto em nome da família de Gelmires Reis, contra o ato de vandalismo que culminou na pichação do busto do historiador, situado na praça ao lado da Prefeitura Municipal de Luziânia.
"Estou aqui como filho de Gelmires Reis, para apresentar como acadêmico, protesto em nome de nossa família, pois vândalos picharam o busto de Gelmires Reis, na praça com o nome de historiador, estando deteriorado todo o rosto de frente, de lado, até atrás, como mostra a foto. ainda tiveram a audácia de colocar a autoria desse crime contra o patrimônio histórico e cultural da cidade.
Venho aqui não somente para pedir o apoio dos senhores e senhoras junto às autoridades para uma providência. Nas gestões passadas, já havia sido alvo do vândalos e fui defendido pelos poderes Legislativos e Executivo. agora, depois de revitalizado e inaugurado plo senhor prefeito Célio Silveira, é a primeira vez que acontece esse fatídico acontecimento. Uma solução para evitar esses fatos sería a colocação de uma proteção de vidro blindex em volta do rosto.
Esperamos que nos 100 anos de jornalismo de Gelmires reis, que completou-se em agosto de 2010, possamos com ajuda dos meus companheiros, ver as devidas providências contra esse ato de vandalismo e constada em atos jornalísticos, como o do amigo e confrade Jarbas Marques, que acompanhou e noticiou através de seus jornais, vida, obra e eternidade de Gelmires Reis que continua, isto não desmerecendo os demais.
Luziânia 12 de setembro de 2010". Com exclusividade para ongprotegerlza (transcrito por: José Álfio)

sábado, 11 de setembro de 2010

BUSTO DE GELMIRES REIS PICHADO




Descaso que entristece.

A cultura e história de Luziânia devem muito a Gelmires Reis, que, além de professor, historiador (e tantas outras), era um apaixonado pela nossa Santa Luzia. Mais do que a qualquer outro estudioso e pesquisador, nossa história deve agradecer a Gelmires por ter alguma expressão, em uma cidade esquecida pela organização de seus arquivos antigos e valorização da cultura. Podemos crer, que se Gelmires estivesse por aqui hoje, se envergonharia do rumo que as autoridades estão dando para a preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural em Luziânia.
Como se não bastasse todo esse descaso, ainda somos obrigados a ver a ação de vândalos, depredando nossos monumentos. Ao dizer “nossos”, a referência está no fato de que todos os cidadãos têm o direito de contemplar e cuidar dessas obras, como se fossem sua propriedade particular, mas levando em conta que não devem descaracterizar nada e ainda devem protegê-las.
O que queremos com tudo isso é dizer a você, que se preocupa com a preservação de nossos monumentos e que tem um apreço inestimável ao nosso querido Gelmires, que o respeito parece ter abandonado Luziânia. Essa semana, uma estátua de Gelmires, na praça que leva o seu nome, foi descaracterizada pela ação de vândalos, que picharam o monumento. Até agora nada foi feito e mesmo sabendo que a pichação é um crime, nossas autoridades estão muito ocupadas em apoiar seus candidatos, para que possam prestar atenção à destruição da imagem de um dos mais ilustres cidadãos que essa cidade já teve.
Como cidadãos, nós da ONG PROTEGERLZA, estamos lutando pela proteção de nosso patrimônio, e convocamos você a protegê-lo também. Não vemos pichação alguma na estátua de Juscelino Kubitschek, em Brasília e ninguém viu até agora a casa de algum de nossos políticos ficar pichada por muito tempo. Nossos profundos sentimentos à família de Gelmires, que tanto se entristece ao ver cenas tão tristes revelando a indiferença para com a História.

Lídia Cristina R. de Lira,
Membro da ONG PROTEGERLZA.

domingo, 1 de agosto de 2010

EVENTOS CULTURAIS

ROCK NA PRAÇA TRÊS BICAS



(Rock pela paz na praça três Bicas em Luziânia. Foto: José Álfio 2010)


Bandas de diversas cidades do entorno de Brasília e da histórica cidade de Luziânia participaram do evento “rock pela paz”, realizado no ultimo dia 31 de julho de 2010, na praça três bicas, Luziânia Go. O evento contou com amplo apoio da Secretaria de Cultura e Desporto e da ALUMIC (Associação Luzianiense dos Músicos, Interpretes e Compositores). O evento previsto para iniciar às 14 horas rolou até a meia noite, com bandas se revezando no palco especialmente montado para o show musical que agradou a rapaziada. Jovens e adolescentes, na maioria trajando um visual preto e branco, esbanjaram alegria e contagiou a praça com musica e arte, ao som de estridentes guitarras, bateria e contrabaixo. Quem participou gostou do evento e pediu bis aos organizadores, pois consideraram as bandas marcadas por um certo grau de profissionalismo, principalmente se referindo a banda Labuta de Luziânia que já tem público cativo nas suas apresentações. A Praça das Três Bicas abriga o importante monumento da arte moderna de Luziânia, refiro-me ao Painel Três Bicas confeccionado em azulejo vitrificado, obra do pintor e muralista D. J de Oliveira. Esta obra além de embelezar a nossa paisagem faz uma referência a história de Luziânia e é muito admirada pelos jovens e adolescentes ligados ao movimento cultural da cidade. A Praça Três Bicas, cognominada Raimundo de Araujo Melo, antes escura e sombria, recebeu os jovens que praticam a arte musical, num legitimo protesto contra a violência que assola os vários cantos da cidade. Um protesto silencioso talvez implícito nas letras musicais genialmente criadas pelos compositores do pop rock regional. A iniciativa partiu da promoter cultural Tuane Souza que também é vocalista da banda “Penúria Zero”. O rock pela paz transcorreu em paz e a moçada do pop rock nos indicou caminhos de combate à violência, através da valorização da cultura. Cultura como prevenção e como questionamento das próprias estruturas de montagem dos eventos culturais, ou seja, nas praças, lugar do povo, dos jovens e da arte. Parabéns aos organizadores e também as bandas que vieram de vários locais participarem desta manifestação em prol da paz em nossa cidade. (Por: José Álfio)

EVENTOS CULTURAIS



(Tuane Souza, Carlos Brenha, Presidente da Alumic e Mateus,no Rock pela paz. Foto: José Álfio 2010)

EVENTOS CULTURAIS

ROCK PELA PAZ NA PRAÇA TRÊS BICAS - LUZIÂNIA GO.



(PANFLÊTO DO EVENTO)

EVENTOS CULTURAIS

MEMÓRIA RECONTADA NA CASA DA CULTURA DE LUZIÂNIA


(Lançamento do livro "Memória Recontada" de Jorge Veloso e Graça Veloso, no quintal da Casa da Cultura em Luziânia Go. Foto:Maria Alcaiane 2010)

O evento, lançamento do livro “memória recontada” aconteceu na noite do dia 30 de Julho de 2010 por volta das vinte horas, e foi considerado um dos melhores do gênero realizado em Luziânia nos últimos cinco anos, tendo em vista o baixo índice de publicações dentro do campo da história e da cultura, especialmente nas temáticas voltadas a tradição cultural da cidade. O quintal da Casa da Cultura, onde está exposto o velho carro de bois, e o antigo engenho de três moendas, se iluminou para receber grande número de convidados em noite concorridíssima de autógrafos, regados a queijos e vinhos, ao som da viola caipira dedilhada por um músico da cidade. O evento, contou com o apoio da Secretaria de Cultura e Desporto, Thesaurus Editora de Brasília e cumpriu um propósito de alta relevância para nossa cultura, qual seja o de resgatar a memória dos antepassados, edificadores e protagonistas de acontecimentos que cingiram nossas raízes culturais, além de colocar o público em contato com o acervo municipal sob a guarda e proteção da Casa da Cultura. Muitos cidadãos que prestigiaram o evento se reconheceram nas fotos amareladas que se destacam nas paredes da casa da cultura, alem de estabelecerem um contato com os objetos antigos, testemunhos de outros tempos que marcaram a história da cidade. Crianças e adultos estabeleciam um diálogo direto com as referencias históricas do lugar proporcionado pelo momento da noite de autógrafos do livro “memória recontada “de Jove Benedito Veloso e Jorge das Graças Veloso. A Casa da Cultura ganha importância no cenário cultural da cidade, se firmando como um lugar de celebração, encontro e valorização das raízes culturais, alem da divulgação das potencialidades culturais e da produção cultural do município. (por: José Álfio)

EVENTOS CULTURAIS

MEMORIA RECONTADA NA CASA DA CULTURA DE LUZIÂNIA


(CONVITE DO LANÇAMENTO DO LIVRO)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

NOTÍCIAS ONG


(Convite do I Seminário: Luziânia - Uma radiografia da História, Doc. digitalizado, ong protegerlza)

ONG NOTÍCIAS

HISTÓRIA DE LUZIÂNIA NA UEG



(Estudantes do 4º ano de pedagogia no Auditório da UEG - Luziânia Go, por ocasião do I Seminário: Luziânia - Uma radiografia da História. Foto: Maria Elkaiane.)

Aconteceu no dia 17 de junho, quinta-feira, às 19:00 horas, no auditório da UEG, o primeiro Seminário intitulado, Luziânia - Uma radiografia da História. O Evento foi organizado pelos alunos do quarto ano de pedagogia e contou com a coordenação do professor Claudio Hugo, da participação do professor de História da Educação, Sr. Admário Luiz, e também da Ong proteger. O auditório da Universidade se iluminou para receber grande número de estudantes e servidores da universidade e simpatizantes das temáticas sobre a história de Luziânia. Um arranjo de flores, e mesa cuidadosamente ornamentada indicava o profissionalismo da equipe do cerimonial do primeiro seminário de história local. A programação teve inicio com uma apresentação cultural protagonizada pelo professor Claudio Hugo, momento no qual declamou a poesia “No caminho com Maiacóvski” do autor Eduardo Alves da Costa. A programação do seminário resumiu-se nas temáticas: Luziânia: Origens, costumes e identidade, pelo professor Claudio Hugo, Religião e festas culturais, pelo professor Admário Luiz e Arquitetura: Antiga e moderna, pelo palestrante José Álfio, presidente da Ong protegerlza, seguido de debate envolvendo as temáticas apresentadas. O seminário constituiu-se num importante passo para a valorização da história de Luziania, já que os futuros profissionais da educação, presentes neste seminário poderão trabalhar os conteúdos da história de Luziãnia em sala de aula contribuindo assim para a valorização e resgate da história da cidade.(Por: José Alfio)

OBITUÁRIO DE LUZIÂNIA

segunda-feira, 21 de junho de 2010

OBJETOS HISTÓRICOS

ACERVO HISTÓRICO DA CASA DA CULTURA DE LUZIÂNIA RECEBE PROTEÇÃO LEGAL


Estribos de bronze, objeto de montaria animal, provavelmente do seculo XVIII, dos antigos moradores de Santa Luzia. Acervo: Casa da Cultura (Foto: José Álfio)

A Câmara Municipal aprovou e o Prefeito de Luziânia Dr. Célio da Silveira sancionou e promulgou a Lei nº 3.363 de 25 de maio de 2010, que dispõem sobre a proibição de empréstimos das peças históricas do acervo municipal, determinando no seu artigo primeiro: “Fica terminantemente proibido o empréstimo das peças históricas do acervo municipal de Luziânia sob a guarda e proteção da Casa da Cultura.” Finalmente surgiu uma determinação de valorização e reconhecimento do valor histórico dos objetos antigos, testemunhos das antigas civilizações, que insistem em permanecerem acessíveis ao público que visitam a Casa da Cultura para conhecer um pouco do que resta da história de Luziânia. Pelo que sabemos os objetos e todo o acervo não dispõem de um serviço especializado de restauração, as peças que por ventura são extraviadas ou danificadas, tornam-se cada vez mais difíceis à reposição, considerando sua raridade e singularidade na paisagem, alem de não servirem-se de um sistema de monitoramento eletrônico para vigilância das mesmas, e o que é mais preocupante, do ponto de vista da preservação, é que não dispõe ainda de programas de aquisição de peças históricas para enriquecimento do acervo municipal, pois a maioria das peças do acervo da casa da cultura foram adquiridas através da doação realizada pelos moradores de Luziãnia, daí serem consideradas patrimônio coletivo, sob a guarda do poder público municipal. A Casa da Cultura possui guarda noturno e diurno, porém não se conseguiram ainda evitar roubos de peças do acervo. Assim a Casa da Cultura cumpre o heróico papel de se tornar no pretensioso e tão sonhado Museu Municipal de Luziânia. Atualmente é considerada por muitos como repositórios de coisas velhas, depósitos de objetos antiquados, fora do uso, fotografias amareladas pelo tempo. Os objetos permanecem sob a ameaça do desaparecimento, da falta de restauração e desgaste por sucessivas ações de empréstimos em atendimento aos caprichos de uma sociedade que desdenha o velho, o antigo, em detrimento do novo. Não descobriram, ainda, o verdadeiro valor histórico e sentimental que as peças da Casa da Cultura detêm em meio à parafernália dos instrumentos que surgem a cada dia com o avanço científico e tecnológico dos meios de produção. Os objetos do acervo municipal, sob a guarda e proteção da Casa da Cultura, representam uma referência ao tempo histórico, aos estágios de transformações que ocorreram e ainda ocorrem tanto na paisagem como na economia, na sociedade e na cultura, dos grupos sociais que edificaram a antiga Santa Luzia, hoje Luziãnia. Conhecer os objetos da casa da cultura é empreender uma leitura do tempo, e compreender como os antigos viviam e suas relações com o espaço, com a natureza e com o universo. A cidade passa por um acelerado processo de modernização que coloca em cheque a civilização histórica e toda sua tradição, dificultando os mecanismos de preservação, compreendendo aqui as tradições, os costumes e todo o patrimônio histórico incluindo os objetos que ainda são preservados na Casa da Cultura. O projeto de lei de autoria do vereador Murilo Roriz, ganhou a simpatia do legislativo municipal, dos estudantes e professores de história, dos militantes das Ongs de preservação, dos artistas e comunidade de protetores e defensores do patrimônio histórico de Luziânia, e se constitui num marco importante para o resgate e preservação da história da grande Luziânia.
(Por José Álfio).

segunda-feira, 31 de maio de 2010

CURIOSIDADES ONG

LINGUAJAR ANTIGO DE LUZIÂNIA

CURRIÃO = CINTO, CINTURÃO
CAPANGA = BOLSA
GIBEIRA = BOLSO
RADIÓLA = APARELHO DE SOM
PELÊGO = COBERTOR
GUOIÁCA = CARTÊIRA
BINGA = ISQUÊIRO
TRAMÉLA = TRINCO
CANASTRA = BAÚ
TRÁIA = KIT DE PESCA
CALÇA PEGA FRANGO = CALÇA CURTA
JAPÔNA = BLUSA DE FRIO
PRECÁTA = CHINELO
CHINÉLO = SANDÁLIA
PÓ DE ARROZ = MAQUIAGEM
TAMANCO = SAPATO
JANELA = VITRÔR
VITRÔR = VENEZIANA
PAÇÓCA = FARÓFA DE CARNE
PATACÃO = MOÉDA
OS COBRE = DINHEIRO
DENTIFRISSO = CREME DENTAL
BANHA = ÓLE DE SOJA
QUEIMAR = BRONZEAR

(Por: José Álfio. Ajudem-nos a ampliar esta relação. se você conhece palavras antigas que receberam novas significações, envie para Ong protegerlza, nós agradecemos sua participação. wwwongprotegrlza.blogspot.com)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

OBITUÁRIO DE LUZIÂNIA

ARQUIVO GELMIRES REIS

SOBRADO ASSOMBRADO
Por Gelmires Reis (In-memoriam)

Tinha razão daquele sobrado vetusto, antigo, caindo aos pedaços, ser mal assombrado, centro de reunião de fantasmas, almas penadas, duendes, sacís-pererês, à meia-noite, para a orgia inquietante do além-túmulo. O seu construtor e proprietário foi senhor de grandes terras e enorme escravatura. Edificado no centro da fazenda Anhangatuba, a margem do ribeirão Solitário, irradiava poderio até quatro léguas, nas redondezas. Suas paredes ouviram muitas ordens de assassinatos, espancamentos e castigos terríveis. Havia no quintal moendas de chibatas, para martírio de negros rebeldes, tocadas a roda d’água. Um pelourinho imponente e impiedoso foi testemunha de muita chaga viva, que recebia, como curativo, salmoura forte com pimenta, para aumento das dores. Escravos eram dependurados nas arvores, pelos braços, como castigo dos furtos praticados, ficando naquela posição dias inteiros, sem alimentação e sem água. Ao lado de tanta malvadez vinha o desperdício da família. As moças quando queriam beber garapa, punham cuias cheias de açúcar, na bica do monjolo e iam aparar a água doce, adiante. Tantas raivas, ódios, angustias, lágrimas, sofrimentos e pragas concorreram para a completa decadência da fazenda e desgraça da família. Os chefões morreram desatadamente. Os filhos se retiraram dali, horrorizados, empobrecidos, indo procurar abrigos em outros lugares.
Desde então, o sobrado abandonado ficou sendo o paraíso dos morcegos, ratos, cobras, lagartixas, marimbondos, escorpiões, aranhas, etc. As poucas pessoas mais animosas, que, em viajem, tinham coragem de pernoitar, ali, fugiam, espavoridas, altas horas, gritando e pedindo socorros. Houve casos , até de dois rapazes, que enlouqueceram. Durante o dia, quando qualquer campeiro ia procurar alguma rês arredia, que costumava pastar naquelas imediações, ao aproximar-se do sobrado em ruínas, persignava-se, rezava o “Creio em Deus Padre” e pedia a Nossa Senhora para protege-lo e ampara-lo. O terror dominava em toda sua magnitude, no espírito da vizinhança de légua, pois ninguém tinha coragem de morar perto. Si algum viajor dizia que ia pousar no sobrado, recebia conselhos ponderados e cautelosos, para não fazer tamanha loucura. Havia citações de fatos sucedidos, que arrepiavam os cabelos, tão horrorosos eram.
Terêncio Monteiro, baiano destorcido, entretanto, não quis ouvir tais conselhos. Não tinha medo de coisas do outro mundo. Era devoto de São Bom Jesus da Lapa. Além disso, a sua faca era afiada e a sua pontaria certeira. Pousaria, ali, sem receio. O sol acabava de se despi do mundo, quando desarreou o cargueiro e o cavalo de sela. Poz a cangalha, bruacas, arreios e demais quiçaça de viagem em uma travessa de madeira, no compartimento superior, para evitar as visitas incomodativas dos animais à noite. Depois de tudo em ordem, ajeitou a cama, no assoalho, comeu paçoca, rapadura e queijo, bebendo água por cima.
Dormiu a sono solto, da primeira arrancada. Acordou com barulhos, no andar inferior. Conversas em voz baixa, cochichos, assovios, passos cuidados. E agora, pensou o hóspede, que a porca torce o rabo. Não devia ter vindo. Vim. Só me cabe agora agüentar o baralhado. Para começar a luta, resolveu atirar a cangalha, pela escada abaixo, a fim de espantar o que ali estava. Pegou a mesma e, num esforço supremo, arremessou-a. A retranca apanhou sua cabeça e la se foram os dois, aos trambolhões, até que pararam no compartimento térreo. Profundo gemido e deliciosa vertigem foram o resultado da queda.
Quando Terêncio recobrou os sentidos, o dia estava claro. O ar fresco da madrugada lhe foi benéfico. Estava com o rosto em uma poça de sangue. Sentiu o nariz dolorido. Retirou do bolso um espelhinho e olhou. O pobre órgão, encarregado de cheirar as coisas, estava amassado, dolorosamente vermelho, incapaz de agüentar o contato de qualquer objeto. Felizmente, os olhos não sofreram nada, tanto que avistou, sobre o caixote debruçado, servindo de mesa, notas de diversas importâncias, legítimas, dos Bancos, muitas moedas de ouro e de prata, além de objetos outros, de reconhecido valor. Não se lembrou mais de seu nariz. Levantou-se passou a mão naquilo tudo, ligeiro, pegou os animais, arreou-os e raspou dali, daquele sobrado, que era covil de ladrões. Roubavam na cidade e iam fazer a partilha, naquela tapera, que, por isso, ficou assombrada e aterrorizadora. ( Da Casa da Cultura de Luziânia, Memorial Gelmires Reis. Livro: Paginas da Roça, de Gelmires Reis, Editora: Gráficas Luzianas, Luziânia Goiás, 1945, pág. 39 – 41. Transcrito por: José Álfio)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

terça-feira, 27 de abril de 2010

NO TEMPO DOS ESCRAVOS

O REGO SAIA VELHA



(A imagem apresenta na parte inferior, pequenos arbustos, vegetação tipica do cerrado, e no alto, o morro do Falcão, que fica atraz do setor Jofre Parada, em Luziânia Go. O morro apresenta um corte horizontal, uma espécie de cicatriz, marcas do trabalho escravo, que originou o rego saia velha com mais de 48 Km de extensão.Foto tirada das mediações do Clube AABB,na região que se abre para um grande vale, onde o acesso se da atraves de uma pequena trilha. Foto: Alexandre Moska 2010)


(Transcrito por: José Álfio e Rosana Roriz de Lima Reis.)

No dia 11 de abril de 1768, fundou-se no arraial uma sociedade entre o capitão João Pereira Guimarães, Manoel Pereira Guimarães, Manoel Ribeiro da Silva e Ventura Álvares Pedrosa, homens ricos e possuidores de grande escravatura; para canalizar a água do ribeirão Saia Velha e explorar as minas do Cruzeiro, próximas à povoação.
Tendo o major José Pereira Lisboa declarado em palestra que a água do Saia Velha poderia vir às minas do Cruzeiro não em rego ou canal, mas em cabaças e que duvidava do cometimento do capitão João Pereira Guimarães e seus sócios, os intrigantes trataram logo de levar esta conversa ao conhecimento de Guimarães e este, recebendo o pião na unha, tomou nota e esperou.
A sociedade atacou com força e tenacidade os serviços do gigantesco rego, os quais sendo começados em abril de 1768 continuaram por todo ano de 1769 e, a onze de setembro de 1760, quando menos se esperava, foi aberto o dique que tinha sido feito nas Terras Altas, e água jorrou barulhenta, pela rua do rosário abaixo, conduzindo um turbilhão de cabaças, que produziram um ruído original, acompanhado por uma canção esquisita e insultuosa, cantada por mais de 100 escravos que, com cacetes quebravam as cabaças. Chegando o Major José Pereira Lisboa a janela de seu sobrado, sito a rua do rosário, viu aquele espetáculo tão fora do comum e ouviu que a canção lhe dizia respeito e era muitíssimo ofensiva a seus brios. Sem perda de tempo, saltou a rua e, com uma arma de fogo, procurava repelir a ofensa que lhe era feita. Nesse momento apareceu o Juiz ordinário José Rodrigues costa que, em vez de acalmar os ânimos, tomou o partido do genro e parentes de Guimarães que eram os autores do insulto, pois o próprio Guimarães dele não fez parte, porque estava doente, de cama, em sua residência, no Engenho da Palma. Em seguida, chegou da chácara de Lisboa, que ficava de vista, um grande contingente de escravos, feitores e amigos, chefiados por seu filho Lourenço Lisboa e o conflito assumiu proporções assustadoras. Indignado com a parcialidade do Juiz, Lisboa atirou ao lado a arma de fogo e, sacando do espadim, arrancou-lhe o chinó, deixando-lhe a calva à mostra. Intimado pelo Juiz para se entregar a prisão, Lisboa a ela não se opôs, porém o povo, vociferando de ódio, procurou impedi-la, dando viva a Lisboa e morras ao Juiz. A muito custo, Lisboa, que era homem ilustrado, pacato e respeitador das leis, convenceu os seus amigos que para mais facilmente provar a sua inocência convinha não haver reação; desceu, então, para a casa que servia de prisão, acompanhado por mais de 1000 pessoas. Nada mais burlesco e nada mais engraçado do que aquele juiz sem peruca e sem chapéu, todo molhado e cheio de lama, a frente dessa onda revolucionária, que tão positivamente estigmatizava o seu baixo procedimento e que de um momento para o outro podia linchá-lo. O capitão João Pereira Guimarães, apesar de doente apareceu a noite no arraial e solicitou a soltura de Lisboa, perante quem se justificou; porem o juiz a nada quis atender chegando mesmo a indispor-se com o Capitão Guimarães. A 15 de outubro de 1771, seguiu escoltado com as devidas honras, para Vila Boa, o major José pereira Lisboa. Nesse dia, antes de amanhecer, a praça unida à prisão em que estava o ilustre criminoso, regurgitava de povo para obstar a sua partida; mas Lisboa nisso não consentiu. A 03 de dezembro de 1773, voltou Lisboa de Goiás, sendo recebido com as mais ruidosas manifestações de alegrias por parte do povo, indo ao seu encontro mais de duas mil pessoas. Apeou-se na Matriz, onde o esperavam o vigário, e todo o clero e as irmandades de onde assistiu ao te deum, em ação de graça pelo seu livramento. – é esta pequena história do célebre rego de Saia Velha, que ainda hoje é admirado e que tem sido ultimamente objeto de estudos, para o futuro abastecimento de água desta cidade. O incidente havido com o major Lisboa tirou aos empresário dessa importante obra o prazer de gozá-la e conservá-la, tanto que a água correu nas minas do cruzeiro “hoje Cazil” por muito pouco tempo, sendo a conservação do rego logo abandonado. Esse serviço ali esta feito com seu enormes aterros e seus cortes admiráveis; falta agora que os habitantes de Santa Luzia se congreguem e façam no rego os necessários reparos, para que tenhamos um farto abastecimento da excelente água do Saia Velha. – Quere é poder: A realização desse importante melhoramento não é tão custosa como a principio pode parecer; e com isto a nossa terra lucraria a imensamente. A água, com um percurso de cerca de 04 légua nos chegaria suficientemente oxigenada e, além disso, poderia melhorar muitíssimo os campos por onde tem de passar; pois, é sabido que todo o límpido ribeirão pode ser canalizado para esta cidade, pelo extenso e afamado rego. (Do Memorial Gelmires Reis, Casa da Cultura de Luziânia. Livro: Almanach de Santa Luzia; Organizado por: Evangelino Meireles e Gelmires Reis, 1920, Tipografia de O Plnalto. Santa Luzia – Go. Pág. 16 a 20).

domingo, 18 de abril de 2010

PAISAGEM URBANA

FOTO DA SEMANA



Luziãnia a partir das Janelas.
Vista a partir do 12º andar(cobertura) de prédio em construção, situado na Rua Florentino Chaves esq. com a Rua Delfino Roriz. A imagem apresenta a Rua Dr. Kisleu Dias Maciel,(rua do ginásio de esportes, centro de Luziânia, e no alto aparece a Catedral de luziânia, em construção.(Foto:Alessandro Moska, 2010)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

CASARÕES E MONUMENTOS DE LUZIÂNIA

TELHADO DE CASARÃO VAI SER REFORMADO.


Milton Vieira e Edmar Teles do Restaurante Casarão, na rua do Rosário em Luziânia Go.(Foto: José Álfio 2010)

O Casarão número 109 da rua do rosário, encontra-se em fase de reforma nas estruturas do seu telhado. Ali funciona, atualmente, o restaurante casarão, onde é servida as comidas típicas da região, preparadas em fogão a lenha, num ambiente acolhedor que nos remetem aos tempos antigos, das velhas fazendas do município de Luziânia. O restaurante é bastante freqüentado e recebe em média um número de aproximadamente 60 pessoas por dia. A reforma só foi possível como auxílio do proprietário do imóvel, Sr. Bolivar Palestino, que arcou com cinqüenta por cento dos custos da obra. O restante foi rateado entre o dono e o gerente do estabelecimento, que segundo eles não foi um custo exorbitante, em torno de dois mil reais, salvarão a estrutura de telhas térreas que cobre o velho casarão. Os donos do estabelecimento, Sr Edmar Teles do Santos e Milton Vieira Cotrim, acreditam que: “esta reforma garantirá mais segurança aos funcionários e clientes do restaurante, além de possibilitar a ampliação dos serviços ali oferecidos, e melhorias no aspecto do casarão que num estágio posterior ganhará nova pintura”, contribuindo assim na preservação das estruturas coloniais da rua do rosário.
O carpinteiro que trabalha na reposição das madeiras e nos serviços do telhado, Sr. João Pereira dos Anjos, 63 anos, natural de Luziânia região da Fazenda Quinta, onde hoje esta instalada a empresa Minuano, nos conta que a situação do telhado esta bastante deteriorada, apresentando madeiras apodrecidas e carcomidas, mas que já consertou vários casarões da cidade, e tem experiência no ramo, garantindo que: “com a reforma não vai aparecer goteiras, e a casa vai ser vista como nova.” Palavra de quem entende deste padrão de arquitetura, pois à origem e a mão-de-obra desse especialista nos garantirá a preservação da história da arquitetura colonial, que ainda insiste em sobreviver na movimentada e turbulenta rua do rosário. (Por: José Álfio)

MEMORIA SOCIAL

ACADÊMICO DE LUZIÂNIA SOLICITA SERVIÇO DE OBITUÁRIO


Antonio João dos Reis, ocupante da cadeira nº 25, da Academia de Letras e Artes do Planalto. Patrono August Saint-Hilaire. (Foto: José Álfio)

Documento apresentado em 31 de maio de 2006, na reunião da Academia. (transcrito por: José Álfio).
Sr. Presidente, Confrades, Confreiras e demais presentes.
Primeiramente, agradecer pela homenagem prestadas diante do falecimento de nossa irmã Maria madalena, e a todos que nos confortaram e nos visitaram.
OBTUÁRIO: Um apelo às autoridades, à Academia de Letras e Artes do Planalto.
Como acadêmico explico o motivo, a falta que faz uma comunicação.
No meu tempo como coroinha do saudoso Padre Bernardo, eu batia os sinos dando aviso do falecimento de alguém.
No tempo do saudoso padre Dario, havia o serviço de alto falante, também com música característica, o aviso de falecimento que as pessoas sabiam.
Tendo a Prefeitura um serviço de comunicação social, tendo a prefeitura uma administração no cemitério, bem que poderia colocar um serviço de ALTO FALANTE, localizado junto à praça da prefeitura, para anunciar o falecimento de hora em hora. Com isso, todos que passarem pelo local, ficariam sabendo do nome e horário de sepultamento.
Este aviso de hora em hora, não provocaria poluição sonora, pois tem muitas motos com som rodando pela cidade.
A prefeitura prestaria assim um grande serviço a nossa população.
LEMBRE-SE SÓ QUEM JÁ PASSOU, SABE AVALIAR A FALTA QUE FAZ.
Nessa oportunidade queremos apresentar os sinceros sentimentos às famílias de Dona FLORACY Meireles e do Sr. Clarimundo Curado, falecidos no mês de Maio de 2006, junto a eles, outros que nos deixaram, cujo os nomes não tivemos conhecimento.
Que Deus dê a paz e o descanso eterno.
Que seja constado em ata.

Cordialmente.

Antônio João dos Reis

quarta-feira, 14 de abril de 2010

quinta-feira, 1 de abril de 2010

OBJETOS HISTÓRICOS

ENGENHO ANTIGO
Engenho de madeira, cobertura de telhas, instalado no quintal da Casa da Cultura, Luziânia Go.(Foto:José Álfio, 2010)

Durante muitos anos eles funcionaram, geraram riqueza e continua presentes no meio de nós, seu valor, a sua história nos leva a viajar no tempo, no tempo em que eram principais fontes de riqueza da cidade. No ano de 1818, o Dr. Johann Emanuel Pohl visitou a propriedade de um rico fazendeiro chamado capitão Paschoal da Rocha Clemente, dono do engenho de São Sebastião em Santa Luzia, hoje Luziânia, ele nos conta que o fazendeiro no ano de 1810 pagou 35/8 de ouro, o equivalente a 126 gramas de impostos, da produção do seu engenho. (Paulo Bertran, História da Terra e do Homem no Planalto Central, pag.188)
Os engenhos, ou moendas eram fabricados a mão, usava-se ferramentas como, por exemplo: o machado, o serrote, arco de pua (uma espécie de furadeira manual), o formão, entre outras ferramentas. As madeiras para a fabricação do engenho denominavam-se: Angico, Bálsamo, jatobá e Braúna. Hoje, essas madeiras são raras e muito difíceis de encontrar, algumas não existem mais, pois foram extintas. Os engenhos, antigamente, levavam de 2 a 3 meses para ficarem prontos, hoje, com a tecnologia e o avanço das maquinas, em apenas duas semanas se constrói um engenho.
Do engenho moem-se a cana, para surgir daí o açúcar, a rapadura, o melado, e principalmente a pinga. As canas mais antigas, usadas para essas fabricações, denominavam-se: Cana-roxa, a Cana-caiana, cana-cuba, e a cana-ferro, todas já extintas. A cana-ferro era usada para fazer ração para os bois. Os engenhos podem ser puxados por ate 8 bois, depende do tamanho do engenho. Existem 3 classificações de engenho:o engenho de grande porte puxado por 8 bois,o engenho de porte médio precisa-se de 6 bois e o de pequeno porte apenas 2 bois.
Segundo informação do Sr. Aécio Chaves, agricultor, pecuarista, profundo conhecedor da técnica de fabricação e funcionamento dos engenhos antigos, as peças do engenho eram constituídas pelas Moendas, uma engrenagem que movimenta outras duas moendas laterais, o Tronco, onde se prende as moendas, Manjarra, uma corda artesanal usada para amarrar os bois no engenho, a Ponte, onde desce a garapa da cana moída, e a Bica, responsável para levar a garapa ao cocho, além do chumaço, a cunha e outros.
No engenho existem duas espécies de cobertura, uma em forma de telhado que parece a cobertura de uma casa, e a outra cobertura feita de capim caninha, (assemelhado a palha de arroz), cuja armação é feita de cipó, por ser um tipo de madeira flexível e que não quebra facilmente. O tempo passa mais a história nunca se apaga, jamais perderá a sua significação na lembrança dos antigos, daí, sua importância no curso do progresso. Perguntei ao Senhor Aécio o que significava o engenho na sua vida, ele me respondeu com toda clareza e orgulho: ”A minha vida é o engenho, eu sempre sonhei em viver a 50 anos atrás, uma fazenda sem engenho e sem bois não é fazenda.” (Por: Maria Elkaiane,colaborador: Aécio Chaves.)

sábado, 6 de março de 2010

CASARÕES E MONUMENTOS DE LUZIÂNIA



(Casarão 492 da rua do Rosário. Foto: José Álfio 2005)

ERA UMA VEZ, UM CASARÃO BRANCO DE PORTAS VERMELHAS, NA RUA DO ROSÁRIO...

CASARÕES E MONUMENTOS DE LUZIÂNIA



(Esteios e Tapumes: Foto: José Álfio 2010)

OS TAPUMES COBRINDO PARTE DOS ESTEIOS QUE AINDA INDICAM OS RESTOS DA ESTRUTURA DO CASARÃO Nº 492, DA RUA DO ROSÁRIO, NA CIDADE DE LUZIÂNIA GO. SÃO SINAIS DE QUE NA MODERNIZAÇÃO OS VESTIGIOS DA CIVILIZAÇÃO VÃO PERDEMDO SUA PRESENÇA E SUA VOZ NOS PROCESSOS DA NOVA URBANIZAÇÃO, ONDE A HISTÓRIA VIRA ENTULHO.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

FOTOS HISTÓRICAS


BANDA DE MÚSICA


FOTO: Acervo casa da cultura. Luziãnia Go. TIRADA EM 1908, NA RUA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO, EM FRENTE A CASA DO SR. BENEDITO DE ARAÚJO MELO.
EM PÉ, DA ESQUERDA PARA A DIREITA: ALBERTO PAIVA, BENVINDO MACHADO DE ARAÚJO, ANTÔNIO MARÇO DE ARAÚJO (SEU VÔ), DUDU, ANTENOR MACHADO DE ARAÚJO (BERTO), JOÃO AUGUSTO RORIZ (JOÃO DE SABIÁ), BENEDITO DA COSTA MEIRELES (BENEDITO CORUMBISTA).
SENTADOS, DA ESQUERDA PARA A DIREITA: GUMERCINDO DE ABRIL RORIZ, ANTÔNIO DE ARAÚJO RORIZ (SEU TONHO), BELARMINO RIBEIRO, MANOEL DE ARAÚJO RORIZ, (MANECO), ALFREDO MACHADO DE ARAÚJO, JOAQUIM PIO RAMOS, BENEDITO RORIZ DE ARAÚJO (MULEQUE), DELFINO DE ARAÚJO RORIZ (BRECHA).

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

ARQUIVO GELMIRES REIS


BANDAS DE MÚSICA DE SANTA LUZIA, HOJE LUZIÂNIA

Por Gelmires Reis (in-memoriam)

Perdem-se nas brumas do passado as organizações das bandas de música de nossa terra, uma vez que não se encontram registros das mesmas nas repartições públicas.
A custa de ingentes esforços servindo-nos da tradição e da lembrança pessoal, podemos dizer que a primeira banda de música conhecida foi sui-generis, graças ao espírito inventivo e artístico do Cel. José de Melo Alvares, fundador e diretor da Colônia Orfanalógica Blasiana, neste Município, que começou a funcionar em 21 de abril de 1881. Na primeira visita que o Presidente da Província fez a essa casa de ensino agrícola, foi recebido festivamente pelo diretor da Colônia e pela banda de música, por ele organizada, entre os Colonos, que tocavam em instrumentos feitos de bambus. A novidade chamou a atenção do ilustre representante de D. Pedro II, na província de Goiás.
Depois disso, vamos encontrar, nesta cidade, sob a batuta do maestro Carlos José da Rocha, a banda musical organizada por Antonio Machado de Araujo, em 1885, a qual era constituída dos músicos Pedro Rates, Ernesto Fernando Roriz, Preciliano Alves da Costa, Moisés Moreira e Souza, Manoel Lino, Francisco Roriz Junior e outros.
Estes amigos da arte apolínea mantiveram a agremiação até 1895, quando o maestro Sebastião veio da Capital de Goiás e ensinou os filhos do Cel. Joaquim de Mendonça Roriz os segredos da arte, de modo que formaram, na fazenda daquele senhor, uma banda de música constituída de Manoel de Araujo Roriz, Antonio de Araujo Roriz, Januário Roriz e Benedito Roriz de Araujo, além de outros, que se integravam na mesma. Quando vieram a esta cidade, inopinadamente, por ocasião de uma festa popular, maravilharam o povo, que não esperava por uma surpresa tão agradável. Desde então, o senhor Manuel de Araujo Roriz, ficou sendo o Diretor da EUTERPE DE SANTA LUZIA, que contou, ainda, com a colaboração de Sebastião Carneiro de Mendonça, Antonio Paranhos, Manoel Lino, Moises Joaquim Moreira e Souza, Presciliano Alves da Costa, Francisco Roriz Junior e outros, que estiveram em atividade até o ano de 1900, quando o senhor Alfredo Machado de Araujo assumiu a direção da banda. De 1900 a 1913, esses denodados santa luzianos deleitaram os ouvidos sentimentalistas do povo, com os acordes de seu instrumental. Entretanto, em 1911, houve a idéia de se fundar, nesta cidade, outra banda de música, que tomou o nome de União Recreativa que foi inaugurada em 11 de fevereiro de 1912, constituída pelos músicos José Brasil, Evangelino Meireles, Germano Roriz, Nicolau da Silva, José Francisco de Melo, José Irineu de Melo, Jose de Campos Meireles, Auberto de Paiva, José Epaminondas Roriz, Alirio Francisco de Melo, Benedito Palestino, João Afonço de Lima, João Batista Moises da Silva Roriz e Jerônimo de Souza.
Em 1913, foi o período áureo das bandas de musica de Santa Luzia, uma vez que a união Recreativa e a Euterpe de Santa Luzia disputavam forçadamente a primazia da vitória, dentro da arte, que imortalizou Carlos Gomes na tradicional Festa do Divino Espírito Santo, o povo de Santa Luzia assistiu entusiasmado e vibrante, o duelo musical travado entre as duas bandas nas procissões que se fizeram cada uma apresentando o melhor dobrado, escolhido a dedo, por mestres credenciados, de tal maneira que, quando uma dava a nota final, a outra pegava a execução da nova peça. Não houve vencidos nem vencedores, porque todas se saíram muito bem, com aplausos gerais dos assistentes, que se maravilharam com as solenidades daquela época.
Com o tempo, houve cansaços e arrefecimentos de ambas as partes até que em 1º de janeiro de 1919 os músicos remanescentes das duas bandas se uniram e fundaram a Sonata Luziana, constituída pelos músicos José Brasil, Delfino Meireles, Durval Meireles, Jermano Roriz, Antonio Março de Araujo, Benedito Palestino, Evangelino Meireles, Antenor Machado de Araujo e Benedito pereira Braga, recebendo então alguns elementos novos. Esteve sob a direção de Delfino Meireles por algum tempo até que o mesmo passou para o senhor Antonio março de Araújo, conhecido na intimidade por “Seu Vô”, que como verdadeiro amante da arte, a tem mantido até hoje, a custa de esforços próprios, sem bafejo oficial de qualquer natureza. Sempre se reúne para os tradicionais festejos do Espírito Santo com ensaios antecipados de um mês, mais ou menos. Atualmente está constituída de seu diretor e dos músicos José Roriz, Milton Carneiro, José Carneiro filho, Sebastião José Carneiro, Luso Meireles, Jose Cristiano Roriz, José Alberto Roriz, Lauriomnar Antonio Roriz, Péricles Meireles, Mourival Roriz, Benedito Barbosa dos Santos e Benedito Roriz. Todos discípulo do maestro Antonio Março de Araújo. Com a música local, dá-se os seguinte fato, que merece registro: quando os rapazes se entusiasma pelo casamento , quase sempre procuram aprender música e fazer parte da banda afim de impressionarem bem as moças; mas, logo que se casam deixam a banda e o instrumento de lado e vão tratar de uma vida mais realista. Na banda chefiada pelo senhor Antonio Março de Araujo já pontificaram os músicos Jose de Campos Meireles, Benedito Roriz de Paiva, Eurico Roriz de Paiva, Dercilio de Campos Meireles, Egesipio de Campos Meireles e outros. Além dos dados acima enumerados, convém lembrara que Benedito Claudino e Geraldo Martins Duarte foram Colonos e fizeram parte da banda de bambu, organizada pelo Cel. José de Melo Alvares: Benedito Inácio Roriz e Segismundo de Araujo Melo, da de Alfredo Machado de Araujo, todos eles merecendo francos elogios pelo muito que fizeram em benefício desta arte, que tanto empolga os ouvintes.
Sempre tivemos sincera e respeitosa admiração pelo talento e cultura do Maestro e compositor Antonio Março de Araujo que na sua pecaminosa modéstia, não gosta que o seu nome apareça nos cartazes da publicidade. Entretanto, a sua dedicação e o seu esforço era em prol da música de Santa Luzia, fazem jus a gratidão de um povo amante da arte, pois não poupa sacrifícios para manter bem viva o entusiasmo em benefício dos encantos musicais.
Santa Luzia, que teve a infelicidade de ver o seu lindo nome trocado pelo tartaroso e aminhocado Luziânia, rende aqui um premio de verdadeira homenagem ao ilustre mestre e compositor Antonio Março de Araújo, como um dos heróis da nossa música. Santa Luzia, hoje Luziânia em 16 de abril de 1938.
(Memorial Gelmires Reis, Casa da Cultura de Luziânia. Artigo publicado no jornal “O popular” de 22/05/1959. Transcrito por José Alfio e Rosana Roriz de Lima Reis, colaboração: Antonio João dos Reis)

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

DIVISAS DO DIVINO ESPIRITO SANTO.


A Folia do Divino, manifestação secular da cultura de Luziânia, indicador da identidade de um povo, unindo gerações, na fé e devoção, na arte e na história, é bastante rica em elementos e símbolos que continuam encantando e emocionando os devotos do Divino. Aqui apresentaremos um breve resumo histórico de um pequeno acessório utilizado na folia, e que persiste em fazer parte da continuidade e preservação da tradição da folia de roça. A divisa (pequeno ornamento de tecido, geralmente de cetin, confeccionado artesanalmente, bordado, ou em desenho e pintura manual que se coloca na camisa do folião, no lado direito, ou esquerdo, quando se tratar de duas bandeiras, apresentando uma dimensão não mais que 5 cm por 8 cm) e serve para identificar quais são os foliões que girão na folia e também para os barraqueiros (donos dos pousos) saberem quem são os foliões, (geralmente homens do campo, fazendeiros, lavradores ligados a tradição cristã, e que matêem o costume secular de percorrer vários sítios levando a tradição da folia, em determinada época do ano). A divisa de peito tem uma grande diferença do lenço, pois constitui-se na verdadeira divisa. O lenço, seria somente um complemento ou até mesmo uma lembraça da folia. Os barraqueiros, integrantes da folia e público em geral conhecem os foliões pela divisa de peito e sabem que, quem está usando-a, tem uma obrigação na folia, que são resumidas nas seguintes funções: Guia, Contra – guia, ajudante de guia, Ajudante de contra guia, alfer, Procurador, Regente, Violonista, Caxeiro, Catireiros, Tropeiros. Tem folia que só divisa os foliões que tem obrigação com a divisa de peito e fornecem o lenço para aqueles que só acompanham a folia, assim indicam para os barraqueiros (donos dos posos) que só estão girando na folia e não tem obrigações (funções) ou estão apenas aprendendo algo na folia. Essa divisa de peito ou lenço varia de cor e modelo. A divisa de peito é confeccionada com fitas de cetim, ou de outras fitas, na cor da vestimenta do santo que a folia, por devoção for girar, ou seja percorrer várias localidades previamente definidas. Na folia do Divino, a divisa é vermelha e branca e o lenço vermelho. O lenço é sempre cortado em forma de um triângulo e ali vai estampado a pomba do Divino , os patrocinadores do lenço, o nome dos alferes e o ano que a folia saiu. Na divisa de peito não podem colocar o nome de patrocinadores, principalmente empresas ou politicos, dependendo do modelo coloca-se somente o ano que a folia vai girar. Na década de 80 só era divisados 12 foliões ou 24 se tiver duas bandeiras, que tinham obrigações (funções) e esses foliões não podiam dançar divisados, namorar, atirar com seus revolveres, etc. As mulheres não eram permitidas girar a folia, esta oportunidade se vinculava somente aos homens, consequentemente as mulheres não recebiam as divisas, e mesmo as casadas não tinhão permição de girar. As divisas são geralmente confeccionada por álguem ligado a folia, a esposa do dono da folia, parentes próximos, etc . Na década de 80 os foliões não ganhavam lenços timbrados confeccionados pelo processo da estamparia moderna, na técnica da impressão serigráfica, cada folião tinha o seu e girava varias folias com o mesmo lenço. Nos dias atuais aconteceram muitas mudanças nos festejos da folia, hoje, todos que girão na folia tendo ou não obrigação é divisado, com a divisa de peito e o lenço. Mulher é permitido girar folia divisada, e muitas já estão cumprindo obrigações (funções) como as acima citadas. Hoje não se usa mais tirar a divisa para dançar, para namorar. Hoje os lenços são feitos em gráficas, todos iguais, com o nome dos patrocinadores, e oferecidos pelo dono da folia a um grande número de pessoas. Cada folia faz seu lenço, com a data que a folia vai girar. Aqui está um pouca da hístoria da divisa.(por: Cleide Maria de Mendonça).

Folião José Galeno de Mendonça, devoto do Divino Espirito Santo, portando a Divisa. (foto: José Álfio)

DIVISAS EM EXPOSIÇÃO NA CASA DA CULTURA, SALA DOS FOLIÕES, LUZIÂNIA GO.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

FONTE OLHOS D'AGUA, PATRIMONIO NATURAL DE LUZIÂNIA, PODE DESAPARECER


SERVIÇO DE ATERRAMENTO E COLOCAÇÃO DE MANILHAS PARA ESCOAMENTO DAS AGUAS PLUVIAIS, A POUCOS METROS ACIMA DE OLHOS D'AGUA.

FONTE OLHOS D’AGUA, PATRIMÔNIO NATURAL DE LUZIÂNIA, PODE DESAPARECER.


Situada a poucos metros do entroncamento entre a Rua dos Mineiros e a antiga Rua do Anhanguera, hoje Avenida Central, extensão da rua Cel. Antônio Carneiro, centro de Luziânia. A fonte continua jorrando água pura e cristalina, bem no meio de uma mata, onde vicejam o verde da samambaia e as folhas da bananeira. O local é de dificil acesso, pois foi tomado por erosão e densa mata, entretanto, permanece no local, uma trilha tortuosa e escorregadia em direção a biquinha (nome dado pelos antigos moradores do lugar a pequena fonte). Um artigo assinado pelo historiador Gelmires Reis, descreve a Rua dos Mineiros e faz referência a fonte Olhos d’Agua, nos informando que: “Na praça esburcada pelo feitio de adobes, abaixo do rego que vem dos “Olhos d’Agua”, existia uma casa térrea, que pertenceu a Francisco Lopes Zedes. Foi demolida. Agostinho Cabrito construiu, no local, casa de telhas, terreo, de esteios roliços, em 18 de fevereiro de 1949.” Afonte foi um dos principais espaços de lazer e visitação pública, pois cumpria a função natural de fornecer aos moradores de Luziânia, concorrida sombra e água frêsca. O historiador Antônio João dos Reis (na foto), membro da Academia de Letras e Artes do Planalto, filho do saudoso historiador anteriormente citado, esteve na fonte e nos conta que foi uma experiência comovedora e ao mesmo tempo lamentável, pois, ali reviveu as doces lembranças de outrora “ Quando criança tomava banho naquele local”, e acrecenta que “as tubulações de águas pluviais não prosseguem” no que podem jorrar por sobre a fonte toda a sujeira, lixo e entulhos, advindos do esgoto pluvial construído recentemente no local, comprometendo a pureza e função natural da fonte na paisagem. Como nos mostra a foto, os serviços de aterramento e colocação de grossas manilhas a poucos metros acima da biquinha, resolveu o problema da erosão que ali se encontrava, porém, comprometeu o santuário ecológico da biquinha. Fazendo côro as considerações de nosso historiador, é preciso revitalizar a paisagem, através de um projeto de paisagismo sério, que recupere o lugar, transformando-o num polo de visitação, com iluminação pública, criação de passarelas, bancos, playgroud, trazendo de volta as pessoas ao espaço da biquinha, possibilitando o contato com a beleza de nossas paisagem. A cidade carece de arborização, a maioria dos espaços são transformados em estacionamentos e padecemos com o calor escaldante dos dias atuais, além da falta de lugares para o descanço, lazer e repouso. Autoridades municipais salvem a nossa biquinha, preservem a fonte Olhos d’Agua patrimônio naturtal de Santa Luzia, hoje grande Luziânia. (por: José Álfio)

sábado, 16 de janeiro de 2010

PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE LUZIÂNIA NO CASE (CENTRO DE APOIO SOCIO EDUCATIVO).


O Patrimônio Histórico de Luziânia foi tema de atividade pedagógica desenvolvida no Centro de Apoio Sócio Educativo de Luziânia. O evento ocorreu no dia 13 de novembro de 2009 às 13:30 horas, momento no qual foi apresentado aos familiares dos reeducandos, funcionários da instituição e visitantes em geral, uma exposição de produtos relacionados a história da cidade. A exposição compunha-se de vários trabalhos artísticos, desde a produção literária, poesias, textos ilustrados com recortes de revistas, artesanato em telhas de barro, maquete de casarões e pinturas em tela. Trabalhos em tela, do mestre D.J. de Oliveira, integrou a atividade e ganhou destaque na mostra do Case. Algumas obras, de inestimável valor artístico, pertencentes ao acervo da família do pintor, especialmente as naturezas mortas, pintadas em Luziânia, no seu casarão no rosário, e que constituindo-se na ultima fase de pintura do artista, oferecerão aos presentes na mostra, um contato com o refinamento técnico e o colorido magistral, característica fundamentais da pintura que o consagrou como o grande mestre da pintura em Goiás. Desenhos de casarões e monumentos coloniais da cidade, todos produzidos pelos alunos da disciplina de história do Case, se tornaram tema predominante da mostra, com destaque para Igreja do Rosário e alguns recortes dos painéis Três Bicas, genialmente reproduzidos pelos internos do Case. O projeto contou com apoio de várias instituições culturais da cidade, dentre elas a Casa da Cultura, a Associação Luzianiense de Artistas Plásticos e a Ong Proteger. A casa da Cultura contribuiu com fotografias históricas da paisagem colonial da cidade, além de textos sobre a história da antiga cidade de Santa luzia (hoje Luziânia), do arquivo Gilmires Reis. A ALUAPLA, Associação dos Artistas, colaborou com as oficinas de arte, ministrada pela artista plástica e servidora municipal Guiomar Leite. A Ong Proteger apresentou uma palestra sobre a origem e o destino da paisagem histórica da cidade, mostrando as contradições e as peculiaridades históricas da cidade, frente a implantação de novos materiais da modernidade e a nova problemática urbana. A palestra contou com a participação de um grupo de aproximadamente quarenta jovens, divididos em duas turmas de alunos da disciplina de história do CASE. A iniciativa da professora de história, Juliana Meireles e da Coordenadora Geral do Case, Bruna Facco de Mello, foram fundamentais para que o evento coroasse de êxito e sucesso, pois à temática da história e da arte despertaram a curiosidade dos alunos e aguçaram a sensibilidade dos participantes. Eles perceberam a riqueza de nossa história e de nossa arte frente a carência, no sistema de ensino, de conteúdos pedagógicos e curriculares, indicadores de informação sobre a história local. Arte e história da cidade aliaram-se como conteúdos pedagógicos para oferecer ao educando uma oportunidade de resocialização e construção de um novo imaginário, qual seja o desenvolvimento de habilidades artísticas e culturais tendo como eixo condutor de conhecimento, a própria história da cidade. História de um povo que caminha em patamares que sinalizam mais 269 anos de construção e progresso. Que estas iniciativas nos possibilitem um novo caminho de restauração da personalidade e da reconstrução da história e da formação de uma nova consciência urbana, qual seja a da valorização e preservação dos monumentos históricos e artísticos do nosso município. (por José Álfio)