quarta-feira, 29 de setembro de 2010

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

LUZIÂNIA: UM PATRIMÔNIO INVISÍVEL

(DETALHE DO PAINEL TRÊS BICAS. Foto: José Alfio. 2009)

A história de Luziânia remonta a um passado colonial, uma sociedade em que após o declínio da mineração adquiriu uma característica pueril em que as pessoas construíram inconscientemente os elementos de uma tradição cultural, costumes que foram se firmando objetivamente nas práticas cotidianas. De acordo com esta mesma diretriz comportamental foram se constituindo suas estruturas políticas, uma prática que se identificou, em grande medida, pelo personalismo familiar, à guisa do modelo de Sérgio Buarque de Holanda quando explica as estruturas patrimonialistas do sistema colonial português na América.
Entretanto, os registros que documentam este passado de Luziânia não estão sendo devidamente preservados, muitos deles já se perderam. Existe uma lacuna no registro histórico, pois tais resquícios representam a memória e o patrimônio cultural de Luziânia, não apenas os seus casarões, quase extintos, suas ruas estreitas, ou alguns móveis antigos em uma e outra propriedade particular, mas as próprias lembranças devem ser registradas. São poucos os lugares em que se preocupa efetivamente com a preservação deste patrimônio, os poucos que a fazem, a casa da Cultura, a Academia de Letras e algumas peças das igrejas, não possuem a capacidade de sozinhas suportarem o peso de resguardarem em si todo o registro da tradição. Há uma necessidade de preservação deste patrimônio, e preciso fazer com que as pessoas gostem de olhar para as coisas e enxergar nelas, nas permanências do passado, um fundamento e um sentido para aquilo que hoje se edifica para o futuro.
É fato que a modernidade urbana que se impõe às antigas estruturas materiais e imateriais em Luziânia traz o significado de progresso econômico, e esta finalidade é de extrema importância para que existam melhores condições humanas de vivência, entretanto é preciso que haja um elo entre o desenvolvimento econômico-social e aquilo que evidencia a origem do povo de Luziânia, até mesmo porque este desenvolvimento só se constituirá se houver um desejo social pelo desenvolvimento, e este desejo se constrói a partir do afeto que o indivíduo sente por sua casa, sua cidade, nesse sentido, a perda da tradição e da memória impõe ao município de Luziânia um obstáculo ao desenvolvimento. Pois para que se desenvolva, as pessoas devem desejar o bem para aquilo que representa a sua origem pessoal.
Resta afirmar então que tradição importa-se para Luziânia na medida em que representa a afirmação da identidade das pessoas com o lugar que elas moram, e esta identificação deve ocorrer pela preservação histórica pois, esta ação de cuidar para que a história seja registrada se caracteriza como uma ação eficaz para a continuidade do que se compreende como fundamentos das estruturas de identidade.
A história se caracteriza pela ação humana e seus reflexos deixados no ambiente material e mental de toda a sociedade, mas o acontecimento histórico está sempre em desgaste pela simples passagem do tempo, e para que a história, memória e todo o patrimônio cultural seja preservado, os centros de documentação se constituem nas ações concretas que se pode fazer para que a identidade e a garantia do progresso econômico, social e político seja um certeza perene.

Claudio Hugo Melo Conelheiro
Membro da ONG Porteger

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

BUSTO DE GELMIRES REIS


Acadêmico de Luziânia Antônio João dos Reis, cadeira nº 25 (Foto: José Álfio)


ACADÊMICO DE LUZIÂNIA PROTESTA CONTRA PICHAÇÃO DO BUSTO E PEDE PROVIDÊNCIAS.



Em reunião realizada no dia 12 de dezembro de 2010, o acadêmico Antônio João dos Reis, ocupante da cadeira nº 25, apresentou um protesto em nome da família de Gelmires Reis, contra o ato de vandalismo que culminou na pichação do busto do historiador, situado na praça ao lado da Prefeitura Municipal de Luziânia.
"Estou aqui como filho de Gelmires Reis, para apresentar como acadêmico, protesto em nome de nossa família, pois vândalos picharam o busto de Gelmires Reis, na praça com o nome de historiador, estando deteriorado todo o rosto de frente, de lado, até atrás, como mostra a foto. ainda tiveram a audácia de colocar a autoria desse crime contra o patrimônio histórico e cultural da cidade.
Venho aqui não somente para pedir o apoio dos senhores e senhoras junto às autoridades para uma providência. Nas gestões passadas, já havia sido alvo do vândalos e fui defendido pelos poderes Legislativos e Executivo. agora, depois de revitalizado e inaugurado plo senhor prefeito Célio Silveira, é a primeira vez que acontece esse fatídico acontecimento. Uma solução para evitar esses fatos sería a colocação de uma proteção de vidro blindex em volta do rosto.
Esperamos que nos 100 anos de jornalismo de Gelmires reis, que completou-se em agosto de 2010, possamos com ajuda dos meus companheiros, ver as devidas providências contra esse ato de vandalismo e constada em atos jornalísticos, como o do amigo e confrade Jarbas Marques, que acompanhou e noticiou através de seus jornais, vida, obra e eternidade de Gelmires Reis que continua, isto não desmerecendo os demais.
Luziânia 12 de setembro de 2010". Com exclusividade para ongprotegerlza (transcrito por: José Álfio)

sábado, 11 de setembro de 2010

BUSTO DE GELMIRES REIS PICHADO




Descaso que entristece.

A cultura e história de Luziânia devem muito a Gelmires Reis, que, além de professor, historiador (e tantas outras), era um apaixonado pela nossa Santa Luzia. Mais do que a qualquer outro estudioso e pesquisador, nossa história deve agradecer a Gelmires por ter alguma expressão, em uma cidade esquecida pela organização de seus arquivos antigos e valorização da cultura. Podemos crer, que se Gelmires estivesse por aqui hoje, se envergonharia do rumo que as autoridades estão dando para a preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural em Luziânia.
Como se não bastasse todo esse descaso, ainda somos obrigados a ver a ação de vândalos, depredando nossos monumentos. Ao dizer “nossos”, a referência está no fato de que todos os cidadãos têm o direito de contemplar e cuidar dessas obras, como se fossem sua propriedade particular, mas levando em conta que não devem descaracterizar nada e ainda devem protegê-las.
O que queremos com tudo isso é dizer a você, que se preocupa com a preservação de nossos monumentos e que tem um apreço inestimável ao nosso querido Gelmires, que o respeito parece ter abandonado Luziânia. Essa semana, uma estátua de Gelmires, na praça que leva o seu nome, foi descaracterizada pela ação de vândalos, que picharam o monumento. Até agora nada foi feito e mesmo sabendo que a pichação é um crime, nossas autoridades estão muito ocupadas em apoiar seus candidatos, para que possam prestar atenção à destruição da imagem de um dos mais ilustres cidadãos que essa cidade já teve.
Como cidadãos, nós da ONG PROTEGERLZA, estamos lutando pela proteção de nosso patrimônio, e convocamos você a protegê-lo também. Não vemos pichação alguma na estátua de Juscelino Kubitschek, em Brasília e ninguém viu até agora a casa de algum de nossos políticos ficar pichada por muito tempo. Nossos profundos sentimentos à família de Gelmires, que tanto se entristece ao ver cenas tão tristes revelando a indiferença para com a História.

Lídia Cristina R. de Lira,
Membro da ONG PROTEGERLZA.