ACERVO HISTÓRICO DA CASA DA CULTURA DE LUZIÂNIA RECEBE PROTEÇÃO LEGAL
Estribos de bronze, objeto de montaria animal, provavelmente do seculo XVIII, dos antigos moradores de Santa Luzia. Acervo: Casa da Cultura (Foto: José Álfio)A Câmara Municipal aprovou e o Prefeito de Luziânia Dr. Célio da Silveira sancionou e promulgou a Lei nº 3.363 de 25 de maio de 2010, que dispõem sobre a proibição de empréstimos das peças históricas do acervo municipal, determinando no seu artigo primeiro: “Fica terminantemente proibido o empréstimo das peças históricas do acervo municipal de Luziânia sob a guarda e proteção da Casa da Cultura.” Finalmente surgiu uma determinação de valorização e reconhecimento do valor histórico dos objetos antigos, testemunhos das antigas civilizações, que insistem em permanecerem acessíveis ao público que visitam a Casa da Cultura para conhecer um pouco do que resta da história de Luziânia. Pelo que sabemos os objetos e todo o acervo não dispõem de um serviço especializado de restauração, as peças que por ventura são extraviadas ou danificadas, tornam-se cada vez mais difíceis à reposição, considerando sua raridade e singularidade na paisagem, alem de não servirem-se de um sistema de monitoramento eletrônico para vigilância das mesmas, e o que é mais preocupante, do ponto de vista da preservação, é que não dispõe ainda de programas de aquisição de peças históricas para enriquecimento do acervo municipal, pois a maioria das peças do acervo da casa da cultura foram adquiridas através da doação realizada pelos moradores de Luziãnia, daí serem consideradas patrimônio coletivo, sob a guarda do poder público municipal. A Casa da Cultura possui guarda noturno e diurno, porém não se conseguiram ainda evitar roubos de peças do acervo. Assim a Casa da Cultura cumpre o heróico papel de se tornar no pretensioso e tão sonhado Museu Municipal de Luziânia. Atualmente é considerada por muitos como repositórios de coisas velhas, depósitos de objetos antiquados, fora do uso, fotografias amareladas pelo tempo. Os objetos permanecem sob a ameaça do desaparecimento, da falta de restauração e desgaste por sucessivas ações de empréstimos em atendimento aos caprichos de uma sociedade que desdenha o velho, o antigo, em detrimento do novo. Não descobriram, ainda, o verdadeiro valor histórico e sentimental que as peças da Casa da Cultura detêm em meio à parafernália dos instrumentos que surgem a cada dia com o avanço científico e tecnológico dos meios de produção. Os objetos do acervo municipal, sob a guarda e proteção da Casa da Cultura, representam uma referência ao tempo histórico, aos estágios de transformações que ocorreram e ainda ocorrem tanto na paisagem como na economia, na sociedade e na cultura, dos grupos sociais que edificaram a antiga Santa Luzia, hoje Luziãnia. Conhecer os objetos da casa da cultura é empreender uma leitura do tempo, e compreender como os antigos viviam e suas relações com o espaço, com a natureza e com o universo. A cidade passa por um acelerado processo de modernização que coloca em cheque a civilização histórica e toda sua tradição, dificultando os mecanismos de preservação, compreendendo aqui as tradições, os costumes e todo o patrimônio histórico incluindo os objetos que ainda são preservados na Casa da Cultura. O projeto de lei de autoria do vereador Murilo Roriz, ganhou a simpatia do legislativo municipal, dos estudantes e professores de história, dos militantes das Ongs de preservação, dos artistas e comunidade de protetores e defensores do patrimônio histórico de Luziânia, e se constitui num marco importante para o resgate e preservação da história da grande Luziânia.
(Por José Álfio).