
Em visita ao restaurante Antigamente, que existiu no bairro do rosário, na década de 80, o empresário Cleber F. de Melo Franco, se encantou com a paisagem do lugar, e a partir desse contato visual e gastronômico, nasce o sonho de um dia vir morar em Luziânia Go. Chegou aqui, por estas parágens, la pelos idos dos anos de 1998 residindo no Casarão do Edir Monteiro, depois mudou-se para o antigo casarão do mestre D.J. de Oliveira, também situado na rua do rosário. Ali, relutou com todas energias aos obstáculos burocráticos, na tentativa de restaurar o velho casarão, o que se transformou numa batalha inútil, pois a falta do apoio das autoridades locais e mesmo dos legítimos proprietários do casarão, fizerão com que desistisse da idéia e procurasse outra morada, bem próxima dali. Uma casa de pequeno porte de número 421, com estruturas e características do modelo colonial, com apenas 05 cômodos e amplo quintal, seria o seu novo refúgio, o lugar do repouso, à sombra de velhas mangueiras onde ainda ouve-se o canto dos pássaros. Um acordo com os proprietários da casa, possibilitou a restauração da construção e algumas adaptação, que além de preservar as características originárias, acrescentou-lhe um certo clima do ambiente antigo, principalmente quando mobiliou os espaços internos com móveis de época e utilizou uma velha porta de aroeria carcomida para servir de suporte a uma TV digital, aliando conforto e história. Perguntado sobre se o seu gesto de restaurar e preservar podería influenciar outros moradores a agir da mesma maneira e assim melhorar a condição visual da rua, ele nos informa que “vinte por cento aprova sua idéia e que oitenta por cento é indiferente e que o principal fator que contribui para a preservação dos casarões resume-se em uma palavra, cultura”. Quem passa pela rua do rosário é despertado pelo novo visual que recebeu a velha casa de telhas de barro. A casa perteceu a Senhora Anisia Alves de Aguiar, filha de Benedito Alves de Aguiar e Ignês Alves Meireles. Neste casarão a Senhora Anisia, viveu por muitos anos ao lado do seu esposo Francisco Paulo de Araujo, exímio carpinteiro. O casal teve dois filhos, Milton Aguiar de Araujo e Mauro de Jesus Araújo, que residem no mesmo lote do casarão, em casa voltada para a rua São Benedito, paralela com a rua do rosário. Milton Aguiar, lembra-nos do quanto foi aconchegante e prazeroso andar pelo quintal em meio as jaboticabeiras e vasta plantação de café. Ele aprovou a iniciativa do senhor Cleber e nos alerta que: “O grande vilão das construções antigas é o trânsito contínuo de cargas pesadas que trafegam ali e que a reforma foi muito importante na preservação da memória de seus familiares, especialmente do seu pai e da sua inesquecível Anisia”.