Artista de renome internacional, responsável pela formação de grandes artistas do circuito nacional de pintura, dentre eles, Siron Franco, Ana Maria Pacheco, Hoosevelt de Oliveira, Grace Freitas e tantas outros. D.J chegou em Luziânia por volta de 1973, residiu em um sobrado na rua José de Melo, e logo mudou-se para a tradicional rua do Rosário. O Casarão de portais de aroeira, foi lugar de intensa produção e pesquisa artística, dali sai o projeto e a confecção do "Painel Três Bicas", obra em azulejos vitrificados, que faz referencia a paisagem histórica de Luziânia e ao urbanismo moderno. O painel considerado primeira obra de arte pública na cidade e que mesmo carecendo de restauro, com marcas de depredação, ornamenta a praça Raimundo de Araujo Melo, no centro de Luziânia. A praça recebe grande numero de visitantes, moradores da cidade, e logo tornou-se ponto de encontro e fruição da arte do renomado artista. O Atelier do D.J de Oliveira foi local de encontro de artistas, jornalistas, acadêmicos e apreciadores da arte. O pintor foi integrante da Academia de Artes e Letras do Planalto, instituição criada para salvaguarda dos registros históricos de Luziânia, tendo em vista seus pilares e acervo histórico se encontrarem ameaçados pela onda destruidora da "nova civilização" que chegaria ao Planalto Central, com a construção da moderna e arrojada capital, Brasilia. Na Academia, D. J. fundou uma galeria de arte que leva o seu nome. Um valioso acervo de suas pinturas foram exibidas nesta galeria, quadros de grande dimensões, com temas que variavam do Don Quixote a outras produções. Em pouco tempo, logo após o fatídico da morte do pintor, em 23 de setembro de 2005, os quadros foram substituídos por outros de menores dimensões, com temas de frutas e flores, da sua ultima produção, e que aos poucos foram negociados por um de seus filhos, e esvaziando assim o acervo do artista.D.J influenciou sobremaneira o ambiente cultural e artístico de Luziãnia, abrindo a possibilidade de um valioso capo de pesquisa que vincula arte e cidade, urbanismo tradicional e moderno com implicações na arte contemporânea. O casarão foi tema de intensa movimentação politica no sentido de buscar soluções para sua restauração e revitalização, com a possibilidade de transformá-lo em um museu de arte, com oficinas e projetos voltados a juventude de Luziânia, que por sinal muito sofre com os altos índices de violência urbana. A negociação da aquisição do casarão pelo município de Luziânia se tornou mera especulação e estratégias de campanha, pois enquanto uma solução pratica e objetiva aconteça nos bastidores das instituições responsáveis pelo preservação do patrimônio histórico e artístico nacional, o casarão vai degradando-se aos poucos, como na foto, sem as partes da parede frontal, expondo moveis e objetos do pintor e que, em pouco tempo vai se tornar num amontoado de madeiras e adobes. Assim a memória daqueles que construíram a nossa história hoje se tornam peças descartáveis, nas imagens do descaso e do abandono. (por:José Álfio)